Eu canto - Sol na Macambira

Eu canto o canto que ecoa de todos os cantos
É o som do mar, do vento do norte
Da pedra que quer rolar e inundar o sertão
Eu insisto no caboclo a ficar na terrinha
Plantar feijão, arroz e milho.
Eu canto a procura de Maria
Eu faço poesia, boemia, porém
Não bebo álcool e nem gasolina.

Além de Maria, chamo por Mariana
Uma mistura de mar e Ana
De brisa e calor caririense;
Danço reisado, pulo cabaçal e cirando
Rezo ao meu Padim, a Frei Damião
São Francisco e santo Antônio,
Levo uma reca de menino e mais a mulher
Sem perder a fé e nem a esperança.

Canto por aí nas andanças
De um candeeiro que não acaba
Nem a chuva é capaz de apagá-lo
É o candeeiro solar.
A fé nordestina, a vontade de lutar
A esperança que não morre jamais
Nem na guerra, na fome
E nem na falta de chuva.

Grito por aí procurando uma parte de mim
Que foi levado, que foi roubado!
Falo ainda do sangue derramado
Que brotaram rosas, encharcando o ar
De perfume, é a negra calunga.
De um beijo que o vento levou
Forte e leve direto pra Sidha
Que em oração transformou.

Pego carona na mobilete de seu Zé
Vou a Cajazeiras, rodo Juazeiro
Subo o horto e vou a Canindé
Em menos de alguns trinta minutos
Às vezes prefiro viajar lentamente
No compasso dos tropeiros
Que partem no amanhecer do dia
Tocando a burrarada.

www.bandasolnamacambira.com

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