Seu

Tens então meu ombro para tuas lágrimas
Acalento aos teus temores
Talvez, firmeza as tuas ruínas
E amor para o teu desamor.

Não sou, senão, parte que te pertence
Que não funciona quando distante
E desanda e desconcerta às vezes que diz adeus.
Não sou, senão, nada longe do teu olhar.

Tens-me inteiramente!
Os versos, os beijos, os olhares...
Os versos para te exaltarem, os beijos e os olhares
Para lembrarem-te que são sempre teus.

Tens a mim para teu refúgio
Companhia para os luares
Para as incertezas e horas escuras
E para o fim do mundo e uma vida longa.

Pôr do Sol

O sol adeus mais uma vez
E com ele vão-se os sonhos e os medos
A esperança por dias gloriosos dorme
Mas, desperta poucas horas depois.

Talvez posso responder agora, amor
Se o sol se pondo ainda te comove.
Diga-me baixinho, sem pressa...
Pois, ele se despede, mas renasce revigorado.

Põe-se para o nosso amor
E ilumina agora do outro lado do horizonte.
Ficamos com a lembrança;
Talvez uma fotografia, um sorriso antes de sua partida.

Recordo agora desse final de tarde,
Amarelado de um sol quase apagado.
Que se escondia atrás de teus cabelos
Despedindo-se mais uma vez do teu sorriso.

E de todos...

E de todos os versos que te fiz
Todo amor que doei
E de toda dor que evitei
Não pude conter
O simples ato de dizer não.
E depois te abraçar e prometer
Que o meu amor será como o sol
Nos teus dias escurecidos.
Será sublime encanto
Nos dias monótonos e tristonhos.

A cima

Sentados de olhos postos no horizonte
Segurava a tua mão firmemente;
Dedos entrelaçados e pensamentos que fugiam
Todas as vezes que confundidas estrelas e luzes noturnas.

De cima víamos pequenos de nós
E a cima de todos um céu abençoado
De uma noite estrelada...
De arrepios da pele pelo vento gelado.

Vamos dividir o mesmo fone?
Ouvir a mesma música tantas vezes tocada
Encantar-se com a mesma melodia
Tantas vezes relembrada e recantada.

"O azul do mar me chamou..."
E eu pulei!
E lembro agora sentados e desapressados
Assistindo uma grande noite no alto do horto.