Hoje quando acordei, percebi um aglomerado de formigas vermelhas fazendo fila. Achei que seria a partilha de um grilo morto ou de uma barata. Errei! As formigas dividiam as pétalas da flor que começava a murchar. Aí pensei: somos nada mais que aquela flor, que nasceu, despontou, floreceu e agora, virando alimento a famintas formigas vermelhas. Não será muito diferente de nosso destino extremo, a morte. Adubo e alimento as pequenas criaturas e vermes que Augusto dos Anjos tanto fala e exalta.

"Já o verme - este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!"

Pois é! Caberá ao verme a partilha de nossas "pétalas". Vai se acostumando com a ideia... hehe

3 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

eu n sei pq classifica esse texto como besteróis isac!
gostei deste, pq nele vc cita um poema do augusto...
e nda mais é do q a pura realidade.

Anônimo disse...

"É preciso simplicidade para a resposta florescer..." assim já dizia o poeta Oswaldo Montenegro. É bastante perceptível nos poemas de Isaac q o q ñ falta é simplicidade... e mais ainda: sensibilidade
E é nas entrelinhas dessa 'simplicidade' q as respostas das perguntas executadas nos seus poemas, surgem.

Parabéns, poeta!
abraços

Quel*

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