Presente ( A Bricce )

O que diriam as estrelas
Se o teu nome mencionasse?
Talvez sorrissem ou intensamente...
Brilhasse semelhante ao brilho
Que emana desses olhos grandes.

Quantos pingos de luzes, quantos segredos.
Quantos olhos que a vêem
Permanecendo intactos de surpresa
Afinal, a beleza que ofusca que envolve
Esconde-se e irradia pelo calor da pele branca.

Olhos encantadores, encantados e iluminados
Que traz emaranhado e confusão
As palavras da poesia
As rimas, verbos e adjetivos;
Que tentam descrevê-la no papel.

Tantos os traços a dizer, a pronunciar
Que desenham teu rosto claro;
Porém, ainda me remeto ao fato,
Ao fato da voz muda das palavras
Que não descrevem a sua beleza.

Bricce...

Perguntei-me qual seria a melhor explicação e a mais pertinente dedicatória. Ora, seria simplesmente fácil apenas dizer: dedico com carinho a Bricce. Gosto da simplicidade das coisas e dos fatos, mas revelo sem erro que essa simplicidade dedicatória não me atrai, afinal, a dedicatória da qual me refiro, necessariamente e obrigatoriamente não seria apenas palavras feitas e decoradas perpetuadas em todos os cartões que acompanham presentes em caixas decoradas com fitas coloridas. Essa deve ser diferente...

Eu queria ter as palavras exatas, talvez as mais belas. Não farei como uma forma de dedicar essas palavras poéticas, mas como uma forma de agradecer todo o apoio nas tardes que voam e diluem-se na sua presença. Bricce, perdão pelas palavras falhas ou desconexas e obrigado por tudo!

Escuridão

A tentar compreender a saudade
A partida muito cedo;
Remeto-me a despedida
O movimento da rua
O vai e vem e o fluxo das coisas.
A saudade que picha as estrelas
Apaga o sol do céu
Trás caos ao vôo dos pássaros
O bater de asas das borboletas
Que pousam no nariz das cidades.

Fim

Quero-a ao meu lado
Mas tu foges sempre;
Aonde tu vais agora?
Aonde será teu novo abrigo
Sua nova casa!
Então o que farei minha linda?
Rompo ligamentos
Desato nós e correntes?
Simplesmente sofro
Simplesmente choro e calo.
E o sonho de outrora
E os planos os cálculos
De dias e domingos juntos...
Será que depositei mais que o devido?
Cobrei demasiadamente?
Perdoa-me as falhas
Os desconcertos,
É o fim!

Gelo

Gela a pele
A pele gelada
A água que pinga
Do pêlo da pele
Do gelo, que gelo
Gélido gelo.

Charles Baudelaire

"É preciso estar sempre embriagado. Eis aí tudo: é a única questão. Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo que rompe os vossos ombros e vos inclina para o chão, é preciso embriagar-vos sem trégua.


Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira. Mas embriagai-vos.


E se, alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre a grama verde de um precipício, na solidão morna do vosso quarto, vós acordardes, a embriaguez já diminuída ou desaparecida, perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que foge, a tudo que geme, a tudo que anda, a tudo que canta, a tudo que fala, perguntai que horas são; e o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio, responder-vos-ão: 'É hora de embriagar-vos! Para não serdes os escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos: embriagai-vos sem cessar! De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira".


Massa ó! Embriagai-vos, embriagaivos-vos... De poesia, de música, de amor, de fé, de amigos, de família...

A voz

Nesses tempos últimos
Onde o medo tem o controle,
A mão dói no ato de escrever,
A língua não se articula
Para dizer as palavras certas.
O corpo inteiro é apertado
Por uma donzela de ferro.
As doenças começam o pânico,
Até que o pânico torne-se doença
O medo se alastra pela velocidade
Pelas armas, pelos riscos, medo
Das coisas que passam velozes
Às vezes um projétil, duma arma de fogo...

Enquanto Profetas e imitadores, aos montes,
Convencem e pregam o ascetismo,
Outros enriquecem do trabalho alheio
Organizam-se em corporações
Mantidos pelo desejo de se manter.
Matam, lucram, Pagam Lucram,
Destroem Lucram, se mostram indiferentes.
E ainda se escondem em pessoas Jurídicas.
As pessoas se cruzam nas ruas, mas não se vêem
Os olhos alheios se olham Até se cegarem.
Ouvem-se os sinos das igrejas
Borboletas batem suas asas
Sopram tufões no mundo
Pássaros voam, Aviões caem do céu,
Ninhos em postes elétricos.
Brotam Flores de metal e arranha-céus
O concreto é enterrado
E crescem árvores sem folhas
Arranhões, marcas, cicatrizes...
As fissuras nas Ficções se fixam nas mentes.
Uma rachadura começa dum ponto e se alastra...
A terra engole a si própria
Tem-se fome, o mundo tem fome,
A fome é autônoma agora,
É o deus do novo mundo
E assume o lugar de tudo.

Wendell Freitas


Esse texto é de meu bródi Wendell. Olha só, vou postar coisa boa no Blog, nos últimos dias tenho só depositado minhas dores... Só enchendo o saco. Eu sou fã desse cara, sem viadagem. Escreve muito! A casa está aberta para seus textos, sempre!!!

Curtam!!

OQ?

O que direi
Depois de tantas dores?
Talvez quem sabe
Eu só...
Emudeça;
Cale!

Desconexo

A carne que dói com o movimento
O tormento da dor e cor
Que escurece as palavras
Que tecem a roupa
Rasgada no asfalto quente.

Segundos de conchilo
Semanas de insônia.
Devo apenas lamentar
Chorar e sorrir?
Querer no tempo retroceder?

Ah, quantas lamurias!
Quantos números
Quantos pontos e costuras;
Pergunto-me sempre
Devo apenas esperar?

As manhãs logo passam
As tardes queimam
Penicam as costas
Eu fico aqui, parado!
Só esperando a dor cessar.

Minha linda!

Um dia a festa termina e recomeça
As pessoas se redescobrem
Morrem e nascem
Acham e perdem-se,
No carlor e mormaço
Desses dias itensos.

Dias passam
Em reduzidos espaços
Dias passam
A anos luzes de seus olhos;
Eu fico me achando
No rastro desse olhar.

Eu fico me perdendo e
Achando-me sempre;
Perdendo e achando!
Perdendo-me no vazios do ócio
Achando-me em seus braços,
Minha linda!

A todos

Hoje acordei
Com as mesmas dores
Dores de outrora
Dores de agora
E dores de amanhã.

Percebi que o enfermo da carne
Crua, nua e arranhada
Doía imensamente;
Porém compreendi
A urgência das coisas e dores.

Depois da ressaca e ais
Pergunto-me se mereço
Manhãs tão belas em momentos adversos
Amigos com asas transparentes
Uma família incodicionalmente, família.

Será preciso sofrer
Para perceber o giro das coisas?
É preciso sentir dor
E perceber que não devo conchilar?
É preciso tudo isso?


DESCULPEM O PESSIMISTO!

Poste

Acordei!
Com a ingênua esperança
De ser apenas um pesadelo.
Um sonho malcriado
Um cochilo apressado.

Um poste, uma queda e dor.
Foi o primeiro a interromper
A ferir-me profundamente.
Quantos postes ainda
Terei de enfrentar?

Ainda mexo as pernas?
Ainda pulsa meu coração?
Sinto dor esmagante;
Choro, arrependo-me
Não durmo mais!

Obrigado minha família pelo apoio incondicional!!!!
Obrigado meus amigos!

Fernando Pessoa e suas pessoas

Texto massa de mais, ó! Tenho de compartilhá-lo, agora!!

Poema em linha reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.


E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.


Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,


Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?


Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?


Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Fernando Pessoa, O Cara!!

Voz do vento

Talvez o vento sopre
Faça frio e nos acalme
Talvez o vento sopre
Faça frio e nos acorde
Ou no entanto não sopre.

O vento e seus segredos
Conta-me numa tarde dessa?
Revela-me tuas andanças
Faz de mim andarilho
Estradas e caminhos.

Leva pensamentos meus
Os leva a flutuar
Sem culpas e prisões
Grades e muros
Campos e cercas.

Temo e choro,
Quando não me falas...
Nem verdades e mentiras,
Falseios e promessas.
Vento, diz-me...

P.Q.P


Qual das armas nos salvará?
O fuzil apontado pro céu?
Olhar da criança [esperança]...
Lágrimas e acalentos
Da meninice passageira.

A quem caberá a felicidade?
A paz repentina?
Dedos pequenos que
Engatilham lápis e canetas?
Ou fuzis que perfuram corpos?
R o g o as f l o r e s que m o r r e m sem n i n g u é m c o l h ê - l a s

Instante

A vida que morre no instante que nasce
Com o ensejo da ilusão de dias comuns
De minutos sóbrios e sorrisos claros
Como vela acesa que apaga
No derradeiro pingo de cera.

Foi...

Foi entre querer e renunciar que percebi

Que o tanto que dói em querer

É o mesmo tanto que dói em renunciar!

Porém, a dúvida da escolha junto à escolha errada,

Não só dói, mas leva a enfermidade do arrependimento.

O muro

Arames farpados nos dividiu
Fronteiras corporais,
Fuzis, canhões e soldados.
Oriente e ocidente
Esquerda e direita.

Esqueça a tristeza
E as lágrimas choradas
O tempo passou
E o muro nos rachou
Berlim nos partiu.

O que se passa no seu lado?
Como as crianças se vestem?
E as mulheres...
Amam e flertam às escuras?
E os homens... Morrem e matam?

Veja, Berlim nos partiu
O inverno passou
E ele intacto permaneceu,
O muro e seus tijolos
Separando vidas e olhares.

Chegada

Vejo distante a partida
A partilha sentimental,
Desejos e afetos transtornados
Por adeus e despedidas.
Alimento-me do futuro
Da chegada a invadir
O lar e o sertão.

Olhar

Por favor,
Não me olhe assim!
Se não,
Desvio o olhar, disfarço.

Evitei olhá-la
De leve e rapidamente
Não!
Meu coração se engana.

Já não é o mesmo,
Pacato.
Hoje compulsório
Cheio de arritmia.

Eu me engano
Transtorno-me
Iludo-me...
Com seu olhar.

Amiúde

Erros

Errei!
Erraria mais um vez se necessário.
Com a eterna convicção
De os erros tornarem-se acertos.
Aprendendo com os quívocos e tropeços
Tapas na cara e nãos ao vento.

Hoje quando acordei, percebi um aglomerado de formigas vermelhas fazendo fila. Achei que seria a partilha de um grilo morto ou de uma barata. Errei! As formigas dividiam as pétalas da flor que começava a murchar. Aí pensei: somos nada mais que aquela flor, que nasceu, despontou, floreceu e agora, virando alimento a famintas formigas vermelhas. Não será muito diferente de nosso destino extremo, a morte. Adubo e alimento as pequenas criaturas e vermes que Augusto dos Anjos tanto fala e exalta.

"Já o verme - este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!"

Pois é! Caberá ao verme a partilha de nossas "pétalas". Vai se acostumando com a ideia... hehe

Vida

Se a vida fosse um poema

O qual escreveria conforme quisesse

Preferia a lápis, assim poderia apagá-lo

E refaze-lo, mil vezes.

Assim, faria tudo de novo;

Assim, escreveria o seu nome nele.

O apagaria, e escreveria mil vezes.

Com vários fins e começos

Com infinitas possibilidades de ser feliz.

Poderia rimar a vida

Fazer dela uma avenida de pontos sem fim

Faria dela uma metáfora fácil

Um perfume raro que nunca acabaria

Uma flor sem pressa de brotar

Um girassol, frondoso e iluminado.

Teceria nas linhas do poema

Uma teia de aranha

Fio a fio, dia a dia.

Sem grande afã de terminá-la.


Isac/Carlim


Essa poesia eu fiz junto com meu bródi Carlim. O cara não assume, mas ele tem um grande dom para poesia. Já faz um tempo que escrevemos isso e só hoje que a encontrei. Valeu irmão!

Dúvida

Casando de ouvir a mesma ladainha
As mesmas promessas
De dias chuvosos
E amores eternos.

Cansado de ver para crer
Tocar para sentir
Morrer para entender
Se cortar para doer.

Cansado de escrever
De musicar nostalgias
De poetizar mentiras
E de viver nessa eterna...
Dúvida

Versos a sua ausência

Os pensamentos nos aproximaram sempre
Fez-nos livres como pássaros, entretanto...
A distancia separou nossos olhares em prantos
A saudade, embora calada grita em meu ouvido.

- Sei se esvai com o tempo, mas deixando dor.
Ouso o eco dos seus passos na estrada
Mas eles nunca nos uniram.
A sua ausência faz silêncio
Faz frio em tudo o que me aquecia
Deposita lamentações no canto sala
Orações encharcadas de lamúrias.

A noite chega negra, inundada de mistérios.
E eu a relembrar e lembrar
As quimeras que fluem a medida das horas
A desenterrá-las, me sepulto junto às lembranças.

O que fazer com todas as nostalgias?
Enterra-las nos cemitério do inconsciente?
Ou vivê-las a mercê de uma volta
Uma carta perfumada
Um último beijo.

Isac

Valeu Cambada!

O choro dela

Ei, menina...
Guarde suas lágrimas
Não as mereço, nem em sonhos.
Chore, não por mim.
Perco a cabeça
Descontrolo-me
Enlouqueço
Vendo-a, assim, tão só...
Veja, enxugue a face
Retoque a maquiagem.
Engula o choro, pois
Entristece-me vê-la
Assim, tão triste.


Valeu Cambada!

Pessoas

As pessoas e seus anéis caros e raros
As pessoas e seus carros a álcool
As pessoas e suas dúvidas eternas
As pessoas e seus estúpidos cacoetes
As pessoas e as perpétuas mentiras
Elas e nossas hipocrisias.

Perdido

Já não sei quem sou
Perdi-me voltando para casa!
O caminho já traçado mil vezes
E perco-me ao voltar.
Perdoa-me mãe?
Pois, já não sei quem sou...
Que fui e quem serei?
Perdoa-me pai!
O tempo passou
A vida passou
E eu fiquei perdido
No tempo e espaço.

Guerra

Fugir não foi a grande opção...
Permanecer e lutar
Permanecer e sangrar,
Foi o que nos restou.
Tolo encher-se de esperanças
Nostalgias por dias melhores.
As armas de Jorge
Já não me servem mais
O escudo e a espada
Viraram lembranças
Daquilo que jamais cicatrizou.


Valeu Cambada!

Sem pressa

Parte de mim virou saudade
Da partida muito cedo
Do bocejo e a agonia
Do transtorno invadido.

Partes e não voltas...
-Eu sei, menina, eu sei!
O tempo voa, bate asas
Pega carona em ônibus abarrotado.

Responda-me sem pressa.
Sem pressa, pois
A vida apressada e enlouquecida
Embaraça os pensamentos meus.

Quem realmente tu eis?
Sem pressa, por favor.
Sem pressa!

Besteira

Desconfio de ti, garota!
Ora me amas e mais tarde não me queres.
Putis!
O que tu queres de fato de mim?
Um carro importado, um celular de dois ships?
Uma caneta filmadora ou uma bolsa da Barbie rosa?
Vai entender!

Bicho besta da porra!

Descontração

A CANTADA DO ANO

ELE: 40 anos, executivo, senta-se na poltrona do avião
com destino a New York e, maravilha-se, com uma deusa
sentada junto à janela.

Após 15 minutos de vôo ele não se contém:
- É a 1ª vez que vai a New York?
- Não, é uma viagem habitual.
- Trabalha com moda?
- Não, viajo em função de minhas pesquisas.
- Sou sexóloga.
- Suas pesquisas dedicam-se, a quê?
- No momento, pesquiso as características do membro masculino.
- A
hhh... E a que conclusão chegou?
- Que os Índios são os portadores de membros com as dimensões mais avantajadas
e os Árabes são os que permanecem mais tempo no coito. Logo, são eles que proporcionam mais prazer às suas parceiras.

-Desculpe-me Senhor, eu estou aqui falando, mas não sei o seu nome...???
- Muito prazer, Mohammed Pataxó!

Massa, ó! Já ri com essa besteira! hehe

Ei, menina!

Não espere que eu seja sempre forte
Assim, todos os dias.
Entristeço-me amiúde,
Pois também sou fraco!
Como o ferro
Forjado pelo fogo;
Como a carne fria
Cortada pela lâmina afiada.
Não espere sempre sorrisos
E conjecturas a felicidade.
Por favor, menina...
Eu também sou triste!
Sim...
Não espere juras de amor eterno,
Não todos os dias.

Valeu Cambada!

Recém-sobrinha

Nasce uma vida!
Uma pequena vida que pulsa
Em um coração limitado.
Uma criança e sua vitalidade esperançosa
De dias ilumidados
De prazeres e contemplações singulares.
Nasce hoje
Respira a partir de hoje
O ar de dias maravilhosos
Com sua pequena
Presença.

Minha sobrinha, mais uma para iluminar o lar dos pais e dos avós... Mais um para nos tirar o juízo! hehe
Valeu meu irmão Lino!

Despedida e partida

Hora de partir, despediu-se o pai de seu filho. Foi último beijo, o derradeiro abraço. O candeeiro aceso no canto do quarto iluminava a despedida, o choro e a promessa de volta e uma vida melhor. Aquele dia agoniado marcou definitivamente o pequeno moleque; agora o homem que cuidaria fielmente de sua mãe na ausência paterna. Se perguntando sempre porque haveria de partir, se aqui sempre foi o lugar de seu pai. Pensou nas histórias contadas por ele, dos banhos de açude, dos dias de caça aos passarinhos que vacilavam dormindo no galho da tamarina, dos dias de jogar pião até mais tarde. Isso não seria importante ou relevante o bastante para permanecer enraizado no sertão que sempre o acolheu? Foram só argumentos emudecidos na cabeça enquanto a fumaça do candeeiro escurecia a parede branca. Um barulho de carro, possivelmente a rural havia chegado para levá-lo a rodoviária. E um triste soluço do choro que não cessava invadiu o moleque, que a bênção do pai pediu ao esticar a mão tremula e frágil. A bença, meu pai!

A partida me comove, me dói o peito!

Domingo

Como evitar tamanha vontade
Como disfarçar a imensa transparência de dizer
Não só palavras, controvérsias inversas
Mas transparecer em olhares agudos
Poesias expressivas como dia a despertar.

Lembro-me do perfume que desperta
A lembrança da beleza rara
Da calma que comove e confunde sentimentos
Perdidos e mergulhados no azul
Que cobriu todo céu daquela noite.

E se pudesse desenhar em palavras
A agonia que causa o claustro em não dizê-las
Talvez a uniforme forma perfeita do ser
A desenhasse e libertasse em rabisco
O sorriso iluminado, dormido em pensamentos meus.

Isac

Ê, velho! Venho com explicações e depois poesia para lavar a alma. Louco! Encontrei esse texto vagando pelo meu computador, sozinho numa pasta sem nome. Eu achei tão bonitinha, lembro a ocasião que a escrevi. Só tenho a dizer que não é para ela. Esse domingo guardo como aquele que nunca deveria passar, mesmo assim, não é para ela. hehe

Valeu Cambada!

Quem é Maria?

Bom, fizeram-me várias vezes a pergunta sobre quem foi ou é a Maria do texto que havia escrito a dias. Talvez eu tenha inclinado a produção a um entendimento amoroso do texto. Não proponho a explicar a produção, pois, como disse meu bródi Mário Quintana:" Quando alguém pergunta a um autor o que ele quis dizer, é porque um dos dois é burro". Assim, espero que o burro não seja eu. hehe Admito me chamarem de confuso, louco, besta, mas burro num rola, ? Velho, eu nunca li Paulo Coelho ou Bruna Sufistinha. hehe Sem ofensas! Para não alongar minhas conjecturas e de certa forma insultos abertos, concluirei esse post com o significado real do texto Maria. Espero que Quintana perdoe-me, mas vou ter de responder. Lá vai, minhas amigas e meus amigos da Biblioteconomia...

Eu sonho com Maria algumas vezes, acredito que sem ela, não haveria combustível para mover-me. Maria mora na minha cabeça. Entristeço-me quando as coisas desandam e deixamos de pensar um no outro e nos separamos, nada que um bússola não nos norteie ao caminho certo.

Maria, minhas futuras realizações, meus sonhos de um mundo melhor de pessoas melhores.

Maria: realizações pessoais!

Só isso!
Valeu Cambada!

Cansado

Precisaria apenas de um sorriso,
De uma boca que me falasse a verdade.
Talvez de ouvidos que ouvissem
Calados e fiéis
Os lamentos e as lamurias
De um dia rotineiro.
De um dia de ócio
Sem sorteio ou consócio a felicidade.


Valeu Cambada!

Além

Além do bem e do mal
Além dos conceitos e concepções.
Longe dos morros e serras
Dos carros e TVs.
Além da verdade e da mentira
Do feiúme e a beleza
Do real e imaginário.
Distante dos coronéis e políticos
Corruptos e ladrões
Patrões e operários.
Além dos poetas e escritores
Acrobatas e circenses
Músicos e atores.
Além das pessoas e transeuntes
Crianças e idosos
Vividos e mal vividos
Pobres e ricos,
Amores e suas decepções.
Além de tudo isso...
Esconde-se a minha dúvida
Insónia de todos os dias.

Isac José

Sem comentários tristes e nem alegres!!

Valeu Cambaba!

O poema

O que fazer e dizer
Quando as palavras não dizem?

Espero um relâmpago consciente,
Uma ideia, um fato...
Tua silenciosa lembrança!
De um beijo dado às pressas
Às escuras,
Um carinho concedido.

De uma conversa a troca de olhares
Oblíquos, dissimulados ou apenas
Encantador?
Foi um beijo de despedida
Com ar de pedido de volta
De subterfúgios e convites,
Fuga a qualquer parte.

Teu lábio de flor,
Eu colheria, sem pressa, ao acordar
Ou no cair da tarde mansa.
Porém, com grande afã de
Tardes e manhãs a colhê-la
Continuamente.

Valeu Cambada!

Fluiu

Relógio velho, utilidade imutável! Nos serve apenas para nos nortear no tempo que insiste em nos envelhecer. Seria uma boa idéia sermos como Benjamin Button? Nasceriamos velhos e morreriamos como crianças, o inverso do tempo, porém com o mesmo fim. Na velhice, brincaríamos, mas com os limites corporais que o tempo influi, quando mais novos, caducando com uma face infantil. Que louco!

Valeu Cambada!

Ciranda

Estado de órbita, estado de giro!
Perfeito ser que gira
E a ciranda a rodar.
Foi talvez o silêncio da tarde
Agitação do meio dia
Que os teus olhos fitei.
Eram castanhos claros!
Não, eram castanhos escuros.
Vaga lembrança do giro daquela ciranda.

Isac José

Poesia básica!

Valeu Cambada!

Poesia antiga

Revirando minhas coisas e papeis escritos, achei uma poesia esquecida de sua existência para mim. Não me lembro a ocasião que a escrevi, é legalzinha. Devia estar triste ou melancólico pois o nome dela diz tudo. Não está datada, portanto fica mais difícil explicá-la. Tenho mania de escrever minhas besteiras e abandoná-las depois do alívio em escrevê-las, com o blog pelo menos posso postar e de certa forma, engavetá-las para quando bater a saudades eu possa lê-las de novo. Uma vez me perguntaram se eu era poeta. Não sou sou poeta tampouco escritor, só escrevo para aliviar, às vezes o cansaço, as dores (não só físicas), a rotina e ócio. Ser poeta é estar muito além dos alívios que em escrever acarreta. Ser poeta é amar incondicionalmente e após algumas linhas repugnar sua amada. Eu sou apenas um fantoche das coisas que escrevo. Sinto e escrevo. Vivo e escrevo. Bom, lá vai a poesia.

Oração para um dia triste

O relógio que não dá trégua
O tempo que não pára
A vida que não volta
Os dias que só passam
As memórias que só calam
As nostalgias que só ferem
As palavras que só machucam
O beijo que só cala.

As saudades que amargam
Os abraços que confortam
As idas sem vindas
Os amores que partem
Os amores que voltam
As perguntas sem respostas
As dúvidas vitalícias
A dor da perda.

A fome que devora
A chuva que não cai
As esperanças perdidas
A esperança colhida
A dor da partida
O grito de revolta
A voz que emudece.

Isac José

Foi boa, ó!
Valeu Cambada!