Hora de partir, despediu-se o pai de seu filho. Foi último beijo, o derradeiro abraço. O candeeiro aceso no canto do quarto iluminava a despedida, o choro e a promessa de volta e uma vida melhor. Aquele dia agoniado marcou definitivamente o pequeno moleque; agora o homem que cuidaria fielmente de sua mãe na ausência paterna. Se perguntando sempre porque haveria de partir, se aqui sempre foi o lugar de seu pai. Pensou nas histórias contadas por ele, dos banhos de açude, dos dias de caça aos passarinhos que vacilavam dormindo no galho da tamarina, dos dias de jogar pião até mais tarde. Isso não seria importante ou relevante o bastante para permanecer enraizado no sertão que sempre o acolheu? Foram só argumentos emudecidos na cabeça enquanto a fumaça do candeeiro escurecia a parede branca. Um barulho de carro, possivelmente a rural havia chegado para levá-lo a rodoviária. E um triste soluço do choro que não cessava invadiu o moleque, que a bênção do pai pediu ao esticar a mão tremula e frágil. A bença, meu pai!
A partida me comove, me dói o peito!
A partida me comove, me dói o peito!
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